Todo mundo quer virar um influenciador digital e viver a vida viajando, comendo, divertindo e ganhando tudo do bom e do melhor totalmente de graça. Qualquer um com um celular na mão pode fazer isso. Os que conseguem, com seus muitos seguidores podem levar centenas de pessoas para conhecer o seu serviço ou produto, principalmente na área do lazer e entretenimento.

Mas, como trabalhar com os “influenciadores digitais” no seu negócio turístico e como entender os caminhos? Essa é que tem sido a preocupação dos gerentes de marketing em todo o mundo.

Hoteleiros já reclamam da quantidade de pedidos que recebem diariamente para hospedar estes influenciadores. O pretexto é que vão divulgar o empreendimento e trazer um maior fluxo para o local. Em uma entrevista para o site The Atlantic, Kate Jones, gerente de marketing e comunicação do Dusit Thani, um resort cinco estrelas nas Maldivas, disse que recebe inúmeros pedidos diariamente. Segundo ela menos de 10% valem realmente a pena ser analisados. E a reclamação é tanto pelo número de seguidores, quanto com a própria comunicação com relação ao que realmente trará de benefício.

Agências de comunicação e marketing estão se voltando para as mídias sociais para entender e, evidentemente, também contratar os influenciadores para auxiliar como ferramenta de marketing. Mas, apesar de ser muitas vezes um bom negócio, os influenciadores ainda estão se profissionalizando.

Muitos, claro, são apenas aventureiros em busca do sucesso fácil e logo vão entender que mais profissionalismo e menos amadorismo será a tônica para o sucesso. Sucesso de ambas as partes.

Os empresários do setor hoteleiro, dos restaurantes, de empreendimentos de lazer e até companhias de viagem estão usando cada vez mais este recurso. É sempre bom ligar o nome do seu negócio a um nome famoso. Isso, mesmo antes dos influenciadores digitais já era regra no marketing. Como por exemplo a lanchonete em Miami, na orla mais conhecida, que faz questão de mostrar que ali foi filmado “Scarface”. Todos que ali passam tiram suas fotos para mostrar que são quase um Robert De Niro.

Um caso que não deu certo foi de uma youtuber do Reino Unido, de 22 anos, com quase 100 mil seguidores no Youtube e quase 100 mil no Instagram. A youtuber queria ficar num famoso hotel em Dublin. Ela fez um texto pouco formal, pessoal e sem detalhes técnicos para sugerir uma hospedagem para ela e o namorado na cidade. Não mencionou tópicos práticos como o número seguidores, o sucesso em outras ações, com números para comprovar e outros dados importantes em uma negociação. O dono do hotel respondeu publicamente no Facebook insinuando que era um pouco de cara de pau dela esse pedido já que alguém teria que bancar os custos, principalmente dos funcionários. Após a ironia finalizou com um “PS: a resposta é não”. Isso viralizou, descobriram quem era a youtuber e muitos foram atrás dela de forma agressiva. E até o hotel sofreu com isso e resolveu então banir de vez esse tipo de parceria.

Uma experiência negativa e recente, mas que não foi no âmbito do turismo, é do youtuber Júlio Cocielo, do Canal Canalha. Ele fez uma postagem racista no Twitter e isso causou um grande movimento de críticas em todo o mundo online. Perdeu imediatamente patrocínios de grandes empresas.

Além disso, trouxeram à baila twittes antigos, vários, onde ele tinha posturas ridiculamente racistas. Para ele, com mais de 16 milhões de seguidores será uma perda. Para as empresas que vinculam seu nome ao dele o desgaste já está acontecendo também.

Essas experiências e informações de um mundo tão novo e cheio de surpresas nos faz pensar que para ser influenciadores digitais de prestígio e sucesso, há a exigência é serem cada vez mais profissionais. É necessário entender que uma “permuta” é uma “negociação comercial” onde os dois querem como retorno seus benefícios e estes precisam ser mensurados e medidos de alguma forma.

E é por esta necessidade de se mensurar os resultados que a cada dia o formato de “códigos de desconto” tem crescido. O influenciador ganha um código especial para partilhar somente com seus seguidores. Cada um que for comprar o produto ou serviço ali indicado terá um desconto especial. O influenciador por outro lado terá suas comissões a partir de cada venda efetivada. Esse é um formato que já existe na mídia das TVs e que está sendo replicada para as mídias digitais.

Trabalhar com influenciadores digitais, em variados níveis, é sim um bom negócio

Esse formato de códigos de descontos e comissionamento para o influenciador já vem sendo apontado como o novo caminho para as parcerias com bons resultados para os dois lados. A Youtuber Kéfera e as Influenciadoras Lala Noreto e Silvia Brás são exemplos de essa pode ser a nova prática adotada pelo mercado. Ou seja, resultados efetivos.

E para os empresários do setor hoteleiro, do lazer, do entretenimento e afins seguem algumas dicas para observar na hora de pensar em contratar, fazer parcerias ou permutas com influenciadores digitais:

1 – FAÇA! Sim, é importante, é barato, é interessante.

2 – Pesquise os números desse influenciador. O número de seguidores é importante, mas o número de curtidas e de comentários é o principal indicador da influência real existente. Ninguém conversa com robôs.

3 – Pesquise todas as redes sociais e publicações postadas pelo “influencer”. O histórico de publicações, por amostragem, mesmo das mais antigas, pode mostrar o “perfil de pensamento e atitudes” que ele tem. Afinal, quando falamos em influenciadores é importante saber o que ele pensa, como age, o que representa. Opiniões sociais, políticas, críticas e outras podem sim fazer diferença na relação da sua marca com a proposta de divulgação. O vínculo pessoal existe e no caso de um problema, como o do Youtuber Cocielo, sua marca pode ser envolvida em assuntos que podem ser prejudiciais.

4 – O influenciador não precisa ser famoso ou ter milhares de curtidas ou seguidores. As regras de marketing valem também para as mídias sociais. Um influenciador local pode ser tão interessante como um influenciador nacional. Tudo dependerá da sua oferta e da demanda. Pode até se contratar ou negociar com os dois, com os seus distintos valores e exigências.

5 – Crie uma estrutura convidativa para as publicações em redes sociais no seu estabelecimento. Afinal, #somostodosinfluenciadores. Cada almoço, cada hospedagem, cada passeio, cada aventura, cada viagem é fotografada, comentada e compartilhada com amigos, família e seguidores. Então facilite o acesso ao Wi-fi (tem soluções muito interessantes no mercado). Tenha definido a hashtag que quer compartilhar, isso facilita o monitoramento. Tenha perfil nas principais redes sociais e sua localização criada. Isso é propaganda de graça.

6 – Use códigos de descontos. Podem ser usados para influenciadores, sim. Mas também podem ser usados para seus clientes. Afinal, o melhor divulgador do seu negócio é um cliente satisfeito. E se ele ganhar uma estadia com a divulgação que fizer, melhor ainda.

Trabalhar com influenciadores digitais, em variados níveis, é sim um bom negócio. Porém, como toda estratégia de marketing, tem que ser pesquisada, pensada, planejada, executada e principalmente monitorada.

Creditos: Marília de Lima, www.mariliadelima.com.br

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